História

PATRONO

 pintor

José de Brito nasceu a 18 de Fevereiro de 1855, em Santa Marta de Portuzelo, nas proximidades da escola. Oriundo de uma família pobre, o seu gosto pelo desenho foi incentivado, na adolescência, pelo Morgado da Casa da Preguiça, fidalgo de quem se atreveu a fazer uma caricatura.

Estudou na Academia Portuense de Belas Artes, passando pelos Cursos de Pintura Histórica, Escultura e Arquitectura Civil. Teve como professores figuras ilustres como Tadeu Furtado, João Correia, Arquitecto Sardinha e o Escultor Soares dos Reis. Na academia foi também companheiro do Pintor Henrique Pousão. Outros artistas como Marques de Oliveira e Silva Porto inspiraram José de Brito.

Os seus estudos foram acompanhados de trabalho, retocando chapas fotográficas e fazendo desenhos para jornais.

Através de Ramalho Ortigão, foi apresentado ao rei D. Fernando II, obtendo uma bolsa para continuar os estudos em Paris, capital das artes. Ingressou na Academia Julien e, em 1888 expôs pela primeira vez no Salon de Paris. Em 1895, foi premiado com o trabalho "O Mártir do Fanatismo” que mereceu reprodução na "Illustration Française". Vários Jornais como o "Quotidien Ilustré", a "Gazette de France" e "L'Art Française", lhe deram destaque. A tela foi adquirida pelo Estado em 1911. Fez parte da 9ª exposição do Ateneu, da Exposição do Grémio Artístico em 1898 e da "Exposition Universelle de 1900", em Paris. Actualmente a obra pertence à colecção do Museu do Chiado.

Após a morte do rei D. Fernando, José de Brito prosseguiu os estudos, subsidiado pelo Estado, até ao Ultimatum, em 1890, quando como patriota prescinde da pensão. Para sobreviver chegou mesmo a participar, com outros artistas, como figurante na "Opera" de Paris.

Durante os onze anos que viveu em Paris, a sua atitude corajosa venceu-lhe as dificuldades. Constituiu família e lá nasceu o primeiro dos quatro filhos, que mais tarde integrou também o corpo docente da Escola de Belas Artes.

Em Paris contactou com grandes valores das artes e da literatura. Foi amigo de Eça de Queirós, de Eduardo Prado e de Mariano Pina.

Regressou a Portugal em 1901 para ensinar Desenho Histórico na Academia Portuense de Belas Artes, onde leccionou até à aposentação. Foi aprovado no concurso com o trabalho "O Bom Samaritano", composição que a escola conserva ainda hoje no museu. Relacionou-se com escritores e artistas como Eugénio de Castro, Silva Gaio, Correia de Oliveira e António de Vasconcelos. Conheceu ainda o grande Mestre Soares dos Reis que, desde cedo, lhe reconheceu valor.

Bom retratista, exímio no desenho do nú, evidenciou-se também em paisagens dos tipos e costumes minhotos como provam "Páscoa na Aldeia", "Procissão dos Entravados" e "Procissão no Minho". A sua obra encontra-se espalhada por colecções oficiais e particulares, sobretudo na cidade do Porto.

Um acentuado anticlericalismo e um patriotismo sincero levaram-no a uma fé republicana que viria a exprimir-se, em 1911, na entusiástica obra "Alegoria ao 5 de Outubro".

Em 1928, no Salão Silva Porto, expõe individualmente 42 trabalhos - óleo, pastel, aguarela e carvão. Participa também em exposições do Ateneu Comercial do Porto, do Grémio Artístico e da Sociedade Nacional de Belas-Artes. No estrangeiro, para além do Salon de Paris e da Sociedade Nacional de Belas-Artes, esteve presente no Rio de Janeiro, na Universal de Paris e na Internacional Panamá-Pacífico.

Quando completou oitenta e um anos de idade, o Mestre Silva Porto descerrou o medalhão de bronze com o seu busto na sua antiga sala de desenho. Outras manifestações de reconhecimento e amizade profunda se lhe seguiram, como a Exposição de Homenagem aos Mestres José Veloso Salgado e José de Brito, no Salão Silva Porto.

Em 1945, ao fazer 90 anos, foi descerrada uma lápide na sua casa de Santa Marta. Foi um acto de ternura, de justiça e de reconhecimento da terra natal para com o "seu Pintor".

Em 1946, morreu o mestre. Da sua personalidade recorda-se a simplicidade e a robustez do seu carácter e um imenso gosto pelo trabalho. Artur Maciel escreveu: "...Se a bondade e a modéstia foram os traços predominantes do seu carácter, aos noventa anos ainda se apresentava com a vivacidade da juventude. Tinha um bom humor permanente que nada parecia afectar. Dispunha de benevolência e tolerância para todos e para tudo. Essa alegria de alma e essa confrontação de espírito ajudaram-no a manter-se em saúde admirável, vigoroso e tenaz até quase ao último dia da sua vida”.

Em 1992, reconhecendo o seu talento, a escola decide prestigiá-lo, elegendo-o para seu patrono.


POUSADA, Leonor e Eduardo, PINTOR José de Brito - 1855/1946, C.M.V.C.,1996

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